-Formado em MEDICINA PELA UCPEL ( Universidade Católica de Pelotas), em 1985;
-Pós graduação em Ginecologia e Obstetrícia na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro;
-Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) (AMB) Associação Médica Brasileira, e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia;
-Especialista em Ultrassom pelo Colégio Brasileiro de Radiologia;
-Mestre em Atenção Integral a Saúde UNICRUZ- UNIJUÍ;
-Doutorado em Medicina (em andamento) na PUCRS;
– dor em forma de cólica durante o período menstrual que pode incapacitar as mulheres de exercerem suas atividades habituais;
– dor durante as relações sexuais;
– dor e sangramento intestinais e urinários durante a menstruação;
– dificuldade de engravidar. A infertilidade está presente em cerca de 40% das mulheres com endometriose.
O exame ginecológico clínico é o primeiro passo para o diagnóstico, que pode ser confirmado pelos seguintes exames laboratoriais e de imagem: visualização das lesões por laparoscopia, ultra-som, ressonância magnética e um exame de sangue chamado marcador tumoral CA-125, que se altera nos casos mais avançados da doença. O diagnóstico de certeza, porém, depende da realização de biópsia.
Qualquer órgão da pelve (na cavidade abdominal, bacia) pode ser acometido. A instalação da doença nos ovários pode provocar o aparecimento de um cisto denominado endometrioma. Este cisto pode atingir grandes proporções e comprometer o futuro reprodutivo da mulher. Outros órgãos também podem ser acometidos, como: parte do intestino grosso (reto e sigmóide), bexiga, apêndice e vagina.
A endometriose é uma doença crônica que regride espontaneamente com a menopausa, em razão da queda na produção dos hormônios femininos e fim das menstruações. Mulheres mais jovens podem utilizar medicamentos que suspendem a menstruação; lesões maiores de endometriose, em geral, devem ser retiradas cirurgicamente. Quando a mulher já teve os filhos que desejava, a remoção dos ovários e do útero pode ser uma alternativa de tratamento.
A endometriose atinge uma a cada seis mulheres em período reprodutivo e tem maior chance de ocorrer se houver outros casos na família, o que sugere uma tendência genética.
Embora, normalmente, a endometriose seja diagnosticada entre 25 e 35 anos, a doença provavelmente começa já alguns meses após o início da primeira menstruação.
Estima-se, internacionalmente, que o atraso no diagnóstico chegue a oito anos. Isso acontece muito por conta da não valorização das dores intensas no período menstrual (condição chamada de dismenorreia), principal sintoma da enfermidade.
A endometriose é, normalmente, associada à ocorrência de infertilidade. Embora a doença, em menor ou maior grau, corrobore para a dificuldade de engravidar, cerca de aproximadamente 50% do casos de infertilidade feminina podem ter a endometriose como uma das principais causas.
O principal fator de dificuldade para engravidar causado pela endometriose é o tubário. Isto é: as tubas uterinas ficam danificadas pelo processo inflamatório crônico da doença que leva à formação de aderências do peritônio com outros órgãos pélvicos. Isso pode resultar na obstrução das tubas uterinas e na redução da sua mobilidade.
Desse modo, o transporte do óvulo e espermatozoides pode ser dificultado ou mesmo impedido — o que impossibilita a fecundação.
A presença de endometriomas (cistos de endometriose) nos ovários também pode comprometer a fertilidade. Outra hipótese em estudo é que a endometriose cause alterações inflamatórias e imunológicas no útero e endométrio que atrapalham a implantação do embrião.
A endometriose é, normalmente, associada à ocorrência de infertilidade. Embora a doença, em menor ou maior grau, corrobore para a dificuldade de engravidar, cerca de aproximadamente 50% do casos de infertilidade feminina podem ter a endometriose como uma das principais causas.
O principal fator de dificuldade para engravidar causado pela endometriose é o tubário. Isto é: as tubas uterinas ficam danificadas pelo processo inflamatório crônico da doença que leva à formação de aderências do peritônio com outros órgãos pélvicos. Isso pode resultar na obstrução das tubas uterinas e na redução da sua mobilidade.
Desse modo, o transporte do óvulo e espermatozoides pode ser dificultado ou mesmo impedido — o que impossibilita a fecundação.
A presença de endometriomas (cistos de endometriose) nos ovários também pode comprometer a fertilidade. Outra hipótese em estudo é que a endometriose cause alterações inflamatórias e imunológicas no útero e endométrio que atrapalham a implantação do embrião.
Deficiências no sistema imunológico também podem facilitar o surgimento da doença, tornando o corpo incapaz de reconhecer e destruir as células endometriais que crescem no lugar errado.
Após alguma cirurgia, como histerectomia ou cesariana, por exemplo, as células do endométrio podem prender-se às incisões cirúrgicas. O sistema linfático pode, também, transportar células do endométrio para outras partes do corpo e dar origem a um quadro de endometriose em locais mais distantes, como o umbigo, por exemplo.
A endometriose pode ser classificada em três tipos: leve, moderada e grave. A diferença normalmente pode ser identificada antes da cirurgia e confirmada durante o procedimento, por meio de exames de imagem, como a ultrassonografia especializada e, principalmente, a ressonância magnética.
Assim, no intraoperatório, o médico poderá comprovar onde estão essas lesões. Apesar de cada vez ser menos usado na prática, pode ser feito ainda um somatório de pontos para classificar a enfermidade, de acordo com a extensão.
A endometriose possui, ainda, seis tipos, entre elas a endometriose profunda, a superficial, a nos ovários, a de parede e a no pulmão. Entenda cada uma:
A endometriose superficial é aquela que normalmente atinge mais o peritônio, tecido que recobre internamente os órgãos da cavidade abdominal e pélvica.
A endometriose ovariana é aquela que acomete os ovários, sendo principalmente ocasionada pela formação de cistos com um conteúdo sanguinolento dentro do ovário.
A endometriose profunda ocorre quando os focos da doença infiltram-se na parede de um órgão ou estrutura por mais de cinco milímetros (0,5 cm). Dentro deste tipo, é possível encontrar a endometriose de septo retovaginal (tecido que separa a vagina do reto). Os sintomas no período menstrual tornam-se bem mais intensos, e a paciente, dependendo do local afetado e da extensão da doença, pode ter que se submeter a tratamento cirúrgico imediato.
A endometriose de parede acomete a parede abdominal, notadamente em áreas submetidas previamente à cirurgia. O procedimento que mais leva ao problema é a cesariana, especialmente em casos de interrupção prematura. Outro local de endometriose de parede é na região do umbigo. Os nódulos de parede abdominal ficam mais dolorosos e aumentam no período menstrual. O diagnóstico é feito por um ultrassom de parede abdominal, de preferência no período menstrual.
A endometriose pulmonar é uma forma bastante rara da doença. Ela ocorre quando o tecido endometrial responsivo aos hormônios através da corrente sanguínea se desenvolve na região pulmonar. A manifestação clínica desta doença é através do sangramento nas vias áreas no período menstrual, normalmente por meio da tosse. O diagnóstico também é feito por meio de exames de imagem e biópsia. A pleura, membrana que recobre o pulmão, também pode ser afetada pela doença e levar a quadros repetidos de pneumotórax.
A endometriose é capaz de afetar até mesmo tecidos distantes, como o pulmão, o nervo ciático e o diafragma. No entanto, é importante destacar que, a doença não se espalha como um câncer. Inclusive, é possível ter focos à distância sem ter endometriose na pelve.
Uma das explicações para o fenômeno é que, embora a grande maioria dos episódios seja causado pela regurgitação do sangue menstrual nas proximidades do útero, há situações em que os focos são transportados diretamente pelo sangue ou se tratam de restos embrionários (pequena parte de tecido uterino que ficou na região no momento da formação do embrião).
Os sintomas da endometriose em outros órgãos variam de acordo com a área acometida:
Se o foco não for grande, o tratamento pode ser feito inicialmente com medicamentos hormonais que inibem a menstruação, exatamente da mesma forma que seria caso a endometriose se localizam nos órgãos do sistema reprodutivo.
Os primeiros sintomas da endometriose envolvem dor pélvica, quase sempre associada ao ciclo menstrual. No entanto, mulheres com endometriose costumam dizer que a dor , durante o período de menstruação, é muito pior do que o normal e vai aumentando conforme o tempo.
Outros sintomas da endometriose bastante frequentes são:
A intensidade da dor nem sempre está relacionada à extensão do problema. Algumas mulheres com doença muito extensa não têm dor alguma, enquanto outras com pequenos focos sentem dor a ponto de necessitarem ir a uma emergência.
Além disso, muitas vezes os sinais da endometriose podem ser confundidos com os de outras doenças, por isso é muito importante consultar um médico antes de dar início a qualquer tipo de tratamento.
O diagnóstico de endometriose pode ser feito por meio da descrição dos sintomas, mas pode ser que o médico solicite a realização de alguns exames. (2)
Uma mulher cuja mãe ou irmã tem endometriose apresenta seis vezes mais probabilidade de desenvolver endometriose do que as mulheres em geral. Outros possíveis fatores de risco:
Ao sentir os primeiros sintomas da endometriose, procure um médico. Sentir dores acima do normal durante o período menstrual não é comum e a causa deve ser investigada o mais rápido possível. O diagnóstico precoce é fundamental para evitar possíveis complicações.
Existem diversas opções de tratamento da endometriose, e o tipo pode depender de alguns fatores, como idade do paciente, gravidade dos sintomas e se a mulher deseja ter filhos.
O tratamento pode envolver a interrupção do ciclo menstrual e a criação de um estado similar à gravidez. Isso é chamado de pseudo-gravidez e pode ajudar a impedir que a doença piore. Para isso, são usadas pílulas anticoncepcionais com estrogênio e progesterona de modo contínuo, ou seja, sem pausas para menstruar. Também podem ser usados progestagênios isolados, na forma de pílulas, injetável ou mesmo DIU.
Os efeitos colaterais podem incluir a presença de escapes indesejados de sangue, ganho de peso, sensibilidade nos seios, náusea e outros efeitos colaterais hormonais.
Este tipo de terapia alivia a maioria dos sintomas da endometriose, mas não elimina os focos ou as aderências causadas pela doença. Ela também não reverte as alterações físicas que já ocorreram.
Mulheres que estão querendo engravidar não devem usar essas medicações, pois elas impedem a gestação e não aumentam as chances após a interrupção do uso.
Em alguns casos, podem ser receitados medicamentos que impedem a produção de estrogênio pelos ovários, conhecidos como agonistas do GnRH. Alguns possíveis efeitos colaterais incluem sintomas de menopausa, como:
Em razão da perda de densidade óssea, esse tipo de tratamento geralmente é limitado a seis meses. Em alguns casos, ele poderá ser prolongado por até um ano se pequenas doses de hormônios forem prescritas para reduzir os efeitos colaterais de enfraquecimento ósseo.
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações, não se automedique nem interrompa o tratamento sem consultar o médico. Caso tome o medicamento mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.
A terapia de reprodução hormonal e a laparoscopia pélvica não curam a endometriose. Entretanto, elas podem aliviar os sintomas de modo parcial ou completo em muitas pacientes por vários anos, ou até mesmo para sempre.
A histerectomia total, com ressecção total dos focos, representa a melhor chance de cura definitiva da endometriose. Talvez seja necessário fazer terapia hormonal se ambos os ovários forem removidos. Em alguns casos, a doença pode voltar, mesmo após a histerectomia, mas é muito raro.
A endometriose pode causar infertilidade, mas não em todas as pacientes, principalmente se a doença for leve. A cirurgia laparoscópica pode ajudar a aumentar a fertilidade. A chance de sucesso depende da gravidade da endometriose.
Se a primeira cirurgia não ajudar a engravidar, será pouco provável que repetir a laparoscopia ajude. As pacientes devem considerar outros tratamentos reprodução assistida, como a fertilização in vitro.
Uma vez confirmado o diagnóstico de endometriose, a laparoscopia pode ser utilizada para o tratamento das lesões. Por ser uma cirurgia minimamente invasiva, mas ao mesmo tempo resolutiva, hoje é a escolha mais comum quando da necessidade de intervenção cirúrgica para o tratamento. A cirurgia robótica, que tem as mesmas vantagens da laparoscopia e ainda propicia maior precisão, também é outra excelente alternativa.
As técnicas permitem remover todos os focos, drenar os cistos endometriais e depois retirar a capa que os reveste. Pode-se ainda fazer a ressecção de porções intestinais ou de bexiga quando há lesões envolvendo esses órgãos. Em alguns casos, a histerectomia (retirada do útero, trompas e dos ovários também pode ser realizada.
A retirada dos órgãos pélvicos femininos fica restrita aos casos que não responderam bem aos tratamentos anteriores e a mulher já tem a prole formada. (3)
Costuma levar de uma hora, em casos leves, a oito horas, em episódios mais graves.
Não há formas de prevenir a endometriose, mas recomenda-se manter hábitos saudáveis, como uma dieta equilibrada, sono regular, praticar atividades físicas e evitar situações estressantes. Ter filhos mais cedo e amamentar pelo maior tempo possível também são fatores protetores.
Em casa, algumas medidas podem ser tomadas para aliviar os sintomas da endometriose, tais como:
A endometriose não impede que uma mulher possa ficar grávida. Após as primeiras semanas, onde em alguns casos é necessário suplementar progesterona para evitar as chances de aborto, a mulher seguirá a gravidez normalmente. Não existe nenhum risco de má formação do feto ou parto prematuro, diretamente relacionado à endometriose. (5)
A gravidez, na verdade, costuma melhorar a endometriose. Porém, ao contrário do que alguns imaginam, ela não cura a doença.
Se você está lidando com endometriose ou suas complicações, você pode querer considerar juntar-se a um grupo de apoio para mulheres com problemas de endometriose ou fertilidade. Às vezes, simplesmente conversar com outras mulheres com a mesma experiência pode te ajudar a lidar com isso.
Entre 25% a 50% das mulheres com endometriose apresentam alguma dificuldade para engravidar segundo o artigo “Obstetrics, Gynaecology & Reproductive Medicine”.
Atualmente, os métodos de concepção para mulheres que desejam engravidar e que são sabidamente eficazes são a cirurgia de remoção completa dos focos (preferencial nos casos mais graves e quando a mulher tem queixa álgica mais intensa) e a fertilização in vitro (preferencial nas pacientes com mais idade e nos casos não tão graves, especialmente quando não existe queixa de dor).
O uso de hormônios antes da fertilização in vitro pode ser útil para desinflamar os focos de endometriose e tentar minimizar o seu crescimento. Ainda não existe, porém, nenhum tratamento medicamentoso ou mesmo algum estímulo hormonal para que a mulher com endometriose possa engravidar.
É preciso tomar ainda mais cuidados e seguir à risca as orientações médicas para que a gravidez seja bem sucedida. Os médicos ainda alertam para que mulheres não posterguem a gestação, pois os problemas gerados pela endometriose tendem a piorar com o tempo.
Outros problemas que podem ser causados por endometriose são:
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